Blog sobre Webdesign, ou melhor, Design de Interfaces Web, ou melhor, Arquitetura da Informação, ou melhor, Engenharia de Usabilidade, ou melhor: leia e discuta sem se preocupar com o nome.
Ainda hoje, um dos grandes dilemas das lojas virtuais é inspirar confiança para o comprador de primeira viagem. Graças à cobertura sensacionalista que a mídia fez sobre hackers há alguns anos atrás, o senso-comum dúvida da segurança do envio do número do cartão de crédito pela Internet. Mesmo com os esforços de auditores terceirizados, o estigma ainda está presente.
Colocar o selo da operadora de cartão de crédito numa loja virtual pode ajudar, mas não resolve. Melhor do que isso é materializar o virtual, através de medidas que são melhores explicadas nesse post em áudio:
Não adianta torcer o nariz, a tendência hoje é padronizar. O mercado exige e não é só na Web, vide o exemplo da valorização das certificações de qualidade ISO (International Organization for Standardization). Nos últimos 10 anos, médias e grandes empresas foram forçadas a se adaptar para atender as normas de qualidade que as certificações exigem. Indústria que não tem nem ISO 9001, perde muitos negócios porque ninguém confia nela.
Hoje em dia, a primeira coisa que faço quando acesso o website de uma agência Web é verificar se o site dela adere aos webstandards ou pelo menos possui um job em destaque que é complacente aos padrões. Assim já fico sabendo se ela está antenada às mudanças do mercado ou não. Empresa que se preste a trabalhar com tecnologia de ponta não pode comer mosca, fica pra trás rapidinho.
Porém existe um tipo de padrão que está se estabelecendo na Web de forma não oficial e é preciso observá-lo. Trata-se dos padrões de usabilidade, ou melhor, Padrões de Interação, porque possuem escopo mais amplo do que somente usabilidade.
Quer um exemplo rápido?
Precisa explicar do que se trata e como se interage? Somente se o usuário estiver nos seus primeiros dias de Internet ele não reconhecerá a ferramenta de busca. O usuário reconhece a forma e relaciona com sua experiência prévia com outros websites que usam um esquema parecido.
Existem duas formas de se proteger contra o plágio. Uma é registrando
a expressão de uma idéia através dos direitos autorais
e a outra é registrando a prática da idéia através
de uma patente. Acho que O-r-k-u-t não tem nenhum dos dois (escrevo
assim para não chover gente pedindo convite), mas encontrei hoje uma
meia-cópia dele: o Gazzag, feito
por brasileiros.
Tá certo que os bugs frequentes e a lentidão do O-r-k-u-t são
frustrantes, tanto que desisti de acessá-lo a não ser as comunidades
de Usabilidade e AI. Também o descaso em não traduzirem para o
português mesmo os brasileiros representando 63% dos usuários é
frustrante. Porém, isso não justifica fazer uma cópia do
serviço sem esses e outros defeitos.
Hoje tive uma conversa bem interessante com o leitor Leandro Ferreira, o famoso Durang do fórum FlashMasters, que me contava sobre uma tentativa de tentar tornar o conteúdo em Flash mais acessível. Como sabemos, tudo que se coloca dentro de um SWF dificilmente será acessado por um buscador ou um usuário com necessidades especiais (leitores de tela, aumento de fonte, navegação só pelo teclado, etc). Isso pode não parecer importante, mas um dia você se sensibilizará com a causa, seja pelo coração, seja pelo bolso.
Resumindo, eu disse a ele que não adianta tentar tornar o Flash mais acessível. Enquanto a Macromedia não fizer isso pra valer com um código no SWF mais estruturado e complacente a padrões como o SVG, não adianta o esforço extra. Se a acessibilidade é importante para o conteúdo, então melhor não usar Flash.
Porém, o rapaz usou meu próprio argumento para defender o uso do Flash: "precisamos inovar nas interfaces". O objetivo dele é encontrar uma solução que envolve detecção em Flash e XML com XLST para gerar XHTML. Complicado né? Por isso eu disse que não valia o esforço, mas se ele conseguir será um bem valioso para toda a comunidade de desenvolvedores de Flash. Acompanhe um trecho da conversa:
Estava quase indo dormir, quando o digom me abordou para uma conversa no MSN. Puxa, como valeu à pena ficar mais um pouco acordado. Passamos por várias tenções: usabilidade X acessibilidade, persuasão X informação, quadrado X redondo e etc. O mais incrível é que tudo tinha a ver, na medida em que a conversa se desenrolava. Esse é só a ponta do iceberg que nos aguarda quando novos dispositivos tiverem acesso à Web. Leiam e fiquem de olho: