Quando um site coloca banners para anunciar seções dentro dele
mesmo (sem caráter promocional), está demonstrando explicitamente
sua fraqueza estrutural e persuasiva. É claro que eles não são
necessários, mas o diretor de marketing acredita que não faz mal
a ninguém, afinal todo portal tem banner. Está redondamente enganado.
Banner é um incômodo, mesmo em portais. No caso deles, não
há alternativa, ou pelo menos, eles ainda não procuraram outra.
Com o popup, já acordaram para a realidade, apesar de existirem portais
que distribuem bloqueadores ao mesmo tempo que vendem popups na sua homepage
(não sei como podem ser tão tapados os que compram esse espaço).
Fiz mais um estudo com o portal da UFPR tentando
provar que os banners poluem visualmente a página, aumentando o tempo
necessário para encontrar os links. Dei com os burros n`água,
mas acabei descobrindo que os banners prejudicam sim a percepção
da página, mas num nível mais sutil.
Testei com 7 colegas lá do Jornalismo, totalizando uns 30 minutos de
trabalho. Sei que a amostragem teria que ser maior para ser significativa, mas
o resultado do teste não é crucial para meu projeto. A ordem em
que fui fazendo os testes foi bem aleatória, alternei versões
e links a esmo.
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Não sou um consumidor high-tech, não tenho nem mesmo celular.
Mas, tinha um problema que talvez um aparelho pudesse resolver: tinha quilos
de textos e ebook guardadas para ler algum dia, mas nunca o fazia. Ler na tela
é desconfortável demais, cansa a vista e a coluna em menos de
meia-hora. Não queria imprimir porque sabia que depois de ler não
ia querer jogar fora e os calhamaços se amontoariam por toda a casa.
Comprei um Palm. Estava preocupado se ler nele seria desconfortável
demais por causa da baixa resolução e fundo escuro, mas que nada.
A leitura é um pouco mais lenta do que num livro, mas não cansa
e acaba compensando porque não é preciso segurar peso.

Problema resolvido. Na hora em que vejo um texto legal, já coloco na
fila para transferir do PC para o Palm. Só não sabia que o Palm
resolveria outros problemas meus:
- não me esqueço mais dos meus compromissos
- não preciso de caderno na faculdade
- tiro de letra provas com consulta graças à função
de busca
- não fico entediado em filas de banco, supermercado, ônibus
e até mesmo nas aulas chatas
- não perco telefones e endereços anotados
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Terminei e analisar o resultado das entrevistas
com os usuários do site da UFPR. As conversas foram muito elucidativas,
sinto que comecei o projeto com o pé direito. Ao contrário do
que pensava, os usuários não acham o site tão ruim e relataram
não ter problemas com ele. É possível que haja sentimentos
subjetivos em jogo, como orgulho e auto-estima, mas já é suficiente
para sublinhar que as mudanças não poderão ser drásticas,
já que o modelo atual é satisfatório. Como disse um professor
de História, "ele só precisa agrupar melhor as informações
semelhantes".
O tempo para fazer perguntar e anotar as respostas não passava de 5
minutos, mas todo mundo sempre tinha uma história para contar, uma sugestão
a fazer. Em média foram 15 minutos bem gastos em cada entrevista, totalizando
+-10 horas de trabalho, fora transporte.
Para projetos sérios de webdesign esse método tem um custo benefício
muito bom, principalmente porque a amostragem poder ser bem menor do que a minha
(34 usuários). Acredito que 4 entrevistas mais longas ou 8 rapidinhas
são suficientes para perceber opiniões semelhantes e padrões
de comportamento. Não dá um dia inteiro de trabalho e pode ser
feito por telefone.
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Ben Schneiderman fecha o livro Designing the User Interface com um bom debate
sociológico situando o designer de interface como elemento importante
na construção de um mundo melhor. Ele identifica as 10 pragas
da era da informação:
- Ansiedade - medo de estragar o computador, perder dados, parecer
burro
- Alienação - quanto mais se usa o computador, menos
se relaciona diretamente com outras pessoas
- Info-excluídos - aqueles que não tem acesso perdem
empregos ou oportunidades de estudo
- Impotência do indivíduo - contra as grandes coorporações
impessoais o que podemos fazer?
- Velocidade e complexidade avassaladora - a cada dia as regras do
jogo mudam e as tecnologias tem de serem atualizadas
- Fragilidade organizacional - uma pessoa só pode causar um
blakout de energia elétrica, ou mesmo destruir um terminal de computador
e prejudicar milhares de pessoas
- Invasão de privacidade - a facilidade de armazenar, trasnferir
e consultar dados torna a violação da pricadidade das pessoas
mais fácil
- Desemprego e obsolência - assim como aumenta a automação,
alguns cargos se tornam dispensáveis e as pessoas são mandadas
embora
- Falta de responsabilidade profissional - é mais fácil
culpar o computador ou uma organização impessoal pelas nossas
limitações e falhas
- Deterioramento da imagem da pessoa - computadores inteligentes ameaçam
um dia substituir o homem, em todas as suas habilidades
Com certeza há mais problemas, mas achei a lista dele muito abrangente.
Tocou nos pontos fundamentais. Para ele, as soluções são:
- design centrado no ser humano
- organizações interativas
- educação
- prêmios de responsabilidade social
- conscientização pública
- legislação
- estudos avaçados
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O medo de perder trabalho no computador é tão grande que mesmo os usuários experientes são ultra-cautelosos ao se deparar com diálogos complexos. Notei que várias pessoas usam os botões de confirmação dos diálogos de configuração de softwares Microsoft de um jeito diferente do que foi projetado.

Meu patrão, por exemplo, sempre clica em "Aplicar" antes de clicar em "OK" e fechar qualquer diálogo. Ele diz que não clica em OK direto porque alguns softwares não salvam as informações assim. Que eu me lembre, isso não é verdade.
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