Designers são heróis e programadores são vilões?

Na terceira aula da disciplina Estudos em Interação Ser-Humano Computador foram comparadas três abordagens para o design de interação:

• os erros cometidos no uso do sistema são culpa do usuário que não estudou a ferramenta direito
• os erros cometidos no uso do sistema são culpa dos programadores que não projetaram a ferramenta para ser à prova de erros
• os erros cometidos no uso do sistema são consequências de contradições presentes na própria atividade

Dentre as três, a que culpa o programador é a mais frequente no Design de Interação. Até alguns anos atrás só programadores projetavam interfaces, então, para justificar a necessidade de um designer de interação, autores como Alan Cooper apontaram a alienação e hostilidade dos programadores em relação aos usuários como a causa das dificuldades em usar artefatos interativos.

Em partes, programadores são culpados, mas há que ressaltar que eles estão inseridos em organizações que adotam modelos de negócios baseados em contradições como o ciclo "vender software complexo > vender treinamentos > lançar nova versão ainda mais complexa". Usuários também não estão completamente à mercê das interfaces hostis, pois tem a liberdade de simplesmente rejeitá-las, usá-las de forma subversiva ou criar gambiarras. Essa seria a terceira visão, defendida por Clay Spinuzzi.

Designers são heróis e programadores são vilões? [MP3] 2 horas

Os textos da próxima aula são:

• DUARTE, Newton (2003) A teoria da atividade como uma abordagem para a pesquisa em educação, Perspectiva, Florianópolis, v. 21, n. 02, jul./dez., p.279-301
• ABOULAFIA, Annette e BANNON, Liam, J. (2004) Understanding affect in design: and outline conceptual framework. Theor. Issues in Ergon. Sci. Vol. 5, no. 1, p. 4-15.
• WERTSCH, James V. 1995 The Need for Action in Sociocultural Research, In Sociocultural Studies of Mind, James V. WERTSCH, Pablo del RÍO, and Amelia ALVAREZ, Editors, Cambridge University Press. p.. 56-74. Traduzido para potuguês e publicado no Brasil como WERTSCH, James V. (1998) A necessidade de ação na pesquisa sociocultural. In Estudos Socioculturais da Mente, James V. WERTSCH, Pablo del RÍO, and Amelia ALVAREZ, Artmed, p. 56-71.

• Cadastros são barreiras desnecessárias
• Padrões são inevitáveis, até no design
• Nem tudo no Flash são flores

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