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Os limites da Direção de Arte

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Os limites da Direção de Arte

Ao contrário de um cliente crica, um designer ou publicitário como Diretor de Arte pode ajudar a aumentar muito o valor de uma peça. Durante o projeto, ele passa de vez em quando por trás dos ombros dos designers, de olho na evolução do design. O objetivo é garantir que tudo cresça em harmonia, mesmo que a equipe do projeto envolva diversos designers.

Eventualmente, será preciso uma conversa para apertar ums parafusos, afrouxar outros. Além disso tudo, em geral ele também é responsável por manter o seu estilo próprio ou da agência em que trabalha. Como quase sempre está envolvido em diversos jobs ao mesmo tempo, essa não é uma tarefa nada fácil. Pensar em usabilidade no meio dessa correria é luxo que poucos tem. Por isso acredito que em equipes de webdesign, é essencial que alguém seja responsável pela qualidade da interação, ou seja, um engenheiro de usabilidade, arquiteto da informação ou o que for.

A figura do Diretor de Arte não surgiu com o advento das equipes de webdesign. Na verdade, ela tem longa história dentro da publicidade e, como no Brasil o webdesign em grande parte foi abocanhado pelas agências de propaganda e suas houses (divisões especializadas), a profissão foi mantida.

Para o bem, garantiu a qualidade estética e criatividade que impressiona os gringos todos os anos em festivais internacionais de publicidade online, como o Cannes. Para o mau, deu ênfase no apresentação e não na funcionalidade, quase sempre sem levar em conta a reação do usuário.

O resultado são os inúmeros websites que vemos por aí bonitinhos, engraçadinhos, mas inúteis. E não é só uma questão de falta de conteúdo, como dizem os redatores. É uma questão de falta de usabilidade, principalmente.

Se você é diretor de arte, não se alarme. Sei que nem todos são assim. Mas juntamente com o espírito crítico que é próprio ao ofício, segue um orgulho saudável pelos bons trabalhos feitos. Às vezes, isso pode causar cegueira momentânea e nessas escorregadas, o design todo vai pro brejo. Não custa nada ouvir de novo que é preciso aprender a driblar o próprio ego.


Autor

Frederick van Amstel - Quem? / Contato - 20/07/2004

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Citação

VAN AMSTEL, Frederick M.C. Os limites da Direção de Arte. Blog Usabilidoido, 2004. Acessado em . Disponível em: http://www.usabilidoido.com.br/os_limites_da_direcao_de_arte.html

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Comentários

Discussão
Marcio Toledo
21/07/04 às 22:03

Fred, sempre leio seus texto..
só tenho a agradescer.. pois sempre acrescentam algo no meu modo de pensar e até no meu dia-a-dia..

Parabéns, continue assim! :D


Discussão
Fred
21/07/04 às 22:13

Obrigado pela força Marcio! É isso que me incentiva a escrever mais e mais.


Discussão
Jaime
22/07/04 às 17:00

muito bons seus artigos, faz com que desperte uma duvida sadia, sobre nossos conceitos, e doutrinas de trabalho.


Discussão
Milton Sobreiro
16/06/05 às 16:33

Caro Fred,
Muito bem comentado a antiga existência da pessoa do Diretor de Arte no Brasil. Permita-me contar um pouco da história deste profissional em terras tupiniquins.
Há aproximadamente 40 anos, pouco mais ou pouco menos, em uma agência muito conhecida no Brasil, a Norton, escritório de São Paulo, o trabalho do departamento de criação seguia como sempre por aqui, um redator que desenvolvia o texto, dava a linha da criação e que, posteriormente, passava para um ilustrador que, por sua vez daria desenvolveria a forma plástica de se colocar aquele texto em forma de anúncio, incluindo uma ilustração ou foto, definindo tipologia, formatação para o texto...
Neste mesmo escritório trabalhavam Alcides Fidalgo, o saudoso e querido Cidão, um grande redator, que viria posteriormente dirigir criação no Rio de Janeiro em diversas agências de renome, e Milton Sobreiro, um também gigante da Ilustração.
A maior parte dos trabalhos desenvolvidos pelo Cidão, a arte era criada pelo Sobreiro. Então, mais do que por conseqüência deste relacionamento, os dois resolveram juntar-se em uma sala e então nasceu a primeira dupla de criação do Brasil, com as figuras do redator e do diretor de arte.
Como eu sei desta peculiar história, sou filho do Sobreiro. Ele é vivo, está morando em Brasília e dirige criação em uma agência local. Vale a pena contatá-lo para saber histórias incríveis dentro de seus mais de 50 anos de profissão, e, sem dúvidas, uma carreira permeada de grande sucesso.
Milton Sobreiro (o filho e também um publicitário)


Discussão
gabriel
13/03/06 às 09:17

kero saber a diferença entre design e direçao d arte .... muitoooo obrigadoooooooo=)


Discussão
gabriel
13/03/06 às 09:18

obrigao marcio ... me identifikei mt com vc .. kero seguir a carreira d WEB DESIGNr ... óóóóóóóóóóóó adoro a web ,,,,


Discussão
Almandrade
20/03/06 às 10:55

O NOME DO BELO

"De um objeto sem nome não sabemos o que fazer".
Maurice Blanchot

O homem carrega dentro de si o medo do desconhecido; para disfarçar este medo, ele atribui um nome ao fantasma que não conhece. A fala toma conta da coisa, uma espécie de abrigo onde o homem se protege, negando a coisa e reconstituindo-a longe do terror do real. O objeto, depois de nomeado, passa para o mundo da linguagem. Como um ser atravessado pela palavra, o homem se aproxima ou se distancia do mundo e das coisas, apropria-se do real e tenta dominar o desconhecido. A coisa e o mundo tornam-se imagens e conceitos, longe daquilo que o homem não desejava ver: as suas obscuras existências que ameaçam o seu saber organizado.

Para se tornar mestre dos animais, Adão lhes impôs um nome aniquilando suas existências, (Hegel citado por Blanchot). Na busca da cômoda ilusão de ver um mundo ordenado e deter o incômodo do desconhecido, o homem usa do poder da palavra, subtraindo do ser a sua existência, mergulhando-o no nada da linguagem. Retendo enigmas inexplicáveis. A compreensão equivale a um assassinato da coisa, o conceito é a ausência do ser. Por mais que a fala se aproxime do objeto, há sempre um abismo entre o que se vê e o que se enuncia. O objeto é sempre diferente dos inventários das percepções possíveis.

O medo nos esvazia, causa pânico. É preciso encontrar um lugar, um conceito, para se depositar o que não se entende. É impossível para o homem suportar a coisa sem nome. O acesso mais fácil ao objeto ocorre a partir do que se pode falar sobre ele, condição imposta pelo desejo de conhecimento. Para isto é preciso nomear o desconhecido, submetê-lo à lei da fala. O inexplicável é sempre um fantasma que angústia o homem. Ao se defrontar com a arte e sua maldição do incompreensível, ele procura se defender atrás de um nome. É como se o objeto sem uma designação ferisse o olhar.

"Je ne peins pas une famme, je fais um tableau¨.
Matisse

O artista inventa a ilusão de uma obra para transgredir a linguagem, ou como queria Bataille, para pensar o impossível. Ao acumular um sistema de signos perverso, o olhar do artista vem reclamar a presença de um sujeito angustiado no conhecimento do mundo, um sujeito que desafia o desconhecido. A arte não pretende explicar o mundo, mas transformar sua imagem e aprofundar seu enigma. Ela tem como tema a essência da linguagem, uma linguagem inquietante e contraditória, cercada de incertezas, que são as próprias incertezas do homem diante de seu destino. Com a experiência moderna, a arte mergulhou num túnel atrás do novo, de possibilidades desconhecidas de olhar. Momentos do belo que assumiram designações, uma mania do ocidente de tudo regulamentar e encaixar num determinado lugar. Todo movimento tinha um nome, gerando um desencadeamento de "ismos", que fazem a história do belo moderno.

O homem recorre à palavra para esconder seu medo de não entender esse objeto silencioso, que projeta uma sombra desconhecida e provocadora. A materialidade da arte poderia ser um fato sem explicação, embora ela garanta sua existência independente de conceituações; o homem precisa explicá-la, nomear sua intimidade, para se sentir seguro do terror daquilo que não faz parte do seu modelo de conhecimento. É interessante ver, como exemplo, as origens de certos nomes do belo moderno: A ironia de um crítico ao jovem pintor francês George Braque, ao afirmar que este reduzia o mundo a cubos, veio dar nome ao movimento de onde saiu as principais tendências da modernidade: o Cubismo. O Dadá veio de uma palavra tirada por acaso do dicionário "Larousse", que significava "Cavalo", na linguagem infantil. Palavra que não definia nenhum programa, a não ser, a estranheza e a irreverência de um grupo de artistas com a sociedade e a própria arte.

Não se fala para dizer alguma coisa, mas para dominar o mundo e as coisas, para evitar o fantasma que não se sabe de onde veio e para que serve. Ou para negar a natureza da obra de arte, torná-la legível e estabelecer uma retórica da ordem cultural. Mas a fala não é suficiente para deter o complexo de "problemas" e "segredos" que envolvem uma obra de arte. Merleau-Ponty nos fala de um olhar interior, um terceiro olho que vê a obra de arte, que vê o nada que ela acrescenta ao mundo para celebrar o enigma da visualidade.

Depois de mais de cem anos de arte moderna marcada de rupturas e cortes com a história, era preciso se livrar da angústia do novo contra a tradição, encerrar este tempo moderno e fazer retornar o que foi esquecido. O que poderia vir depois do desencanto com o moderno e seus estilos, para dar conta dos novos procedimentos na linguagem da arte, só poderia ter um nome: Pós-Moderno, e encerrar definitivamente o difícil desejo de esquecer o passado e voltar o sonhar com ele, sem o complexo de culpa de não ser moderno.

A realidade da obra de arte não se limita à realidade definida por um conceito; qualquer definição não passa de tautologia. A arte vive este drama do lugar incerto, da necessidade de um nome que não a define. Ela não busca nem a verdade, nem a utilidade, ela imita realidade imaginárias, para estabelecer novas relações simbólicas com o mundo. Se não há falas sem respostas, a obra fala para demandar de quem a olha, respostas silenciosas. Sustenta a fala do outro mas não se deixa seduzir pelas verdades contidas nela. O desejo de dar nome, classificar o estilo, explica-se pelo fato de que a percepção é condicionada por costumes e convenções. "Só se vê o que estamos preparados para interpretar'", diz Peirce. Como o sábio que se limita dentro de seu próprio saber, vê o que está ao seu redor a partir do que sabe.

Por ser enigmas, as obras de arte irritam a teoria da arte (Adorno) e incomodam o olhar desavisado. Elas se resumem em questões insolúveis, porque, se respondem alguma coisa, respondem para si mesmas, falam de suas inquietações particulares. A designação pós-moderna é também mais um lugar incerto para acomodar um outro momento incompreensível da arte, às custas de novas explicações. A identificação serve para fingir uma percepção a respeito da estranheza da arte com o cotidiano, ou escamotear o medo diante do silêncio da obra, que resiste aos conceitos, ao tempo e ao riso do contemplador. O sintoma pós-moderno faz retornar a nostalgia da tradição diante de um espelho moderno que reflete o velho desacordo entre o conceito e a obra de arte. Este objeto escorregadio, onde o homem sublima sua violência primitiva, muda de forma, muda de cor, troca de matéria e recebe outros nomes.

Almandrade

(artista plástico, poeta e arquiteto)

www.expoart.com.br/almandrade



Discussão
Mariana Pereira de Santana
19/05/06 às 19:43

Ola! gostaria de saber quais sao as principais diferenças entre publicidade e design!
por favor me respondam o mais rapido q for possivel!

obrigada!

atenciosamente,
Mariana Pereira de Santana.


Discussão
Mafral
21/08/06 às 17:50

Olá!

Gostaria de saber, se o mercado publicitário exige nível superior para o cargo de Diretor de Arte?.

E, você acha isso imprescindível?.

Obrigado!

Mafral


Discussão
R.
01/08/07 às 19:00

caro Fred |é esse seu nome, né|?...
me admira muito, vendo seu currículo |ou o que conta dele| imaginar que tal texto falando sobre direção de arte possa vir da mesma pessoa.
você até pode ser razoável na questão de "usabilidade", mas de direção de arte, de uma forma geral, pra quem se diz um guru em formação |logo você, que diz ser necessário ter cuidado com o ego|, escrever tanta besteira.
como professor, que diz ser, você deveria se informar mais a respeito, até porque deve saber que tem muita gente que acredita em tudo que lê na web.
indico um livro, básico, sei |pra alguém de tal envergadura|, mas que pode te ensinar um pouquinho sobre direção de arte. Direção de Arte em Propaganda, do Nilton Cesar.
boa sorte, bons trabalhos e pense mais antes de escrever certas coisas. e se não quiser pensar, pelo menos informe-se mais a respeito.


Discussão
G.
28/08/07 às 01:42

R.,
Acho que a discussão ficaria interessante se você expusesse os pontos de sua discordância.

Ah, também li o livro do Nilton Cesar, e não achei grande coisa. Tem pontos legais, mas no geral me pareceu mais um "guia pra produtor gráfico".

Achei muito fraca a parte de diagramação. O máximo que ele fala é coisa do tipo "tente dispôr os elementos harmoniosamente". Não me acrescentou nada.

Bem, essa é minha humilde opinião. Gostaria de ver contrapontos.

:)


Discussão
Juliana
14/02/08 às 10:38

Ola Fred eu sou Juliana Bastos acadêmica de publicidade e propaganda estou em meu 3 semestre
Gostei muito do texto bem estipulado e faceio de compreender e gostaria de saber melhor sobre direção da arte e uma nova matéria e estou curiosa para aprofundar no conhecimento dessa matéria
Espero que você possa me ajudar
Obrigada, fica com Deus um grande abraço.

Juliana Bastos


Discussão
Nisa
29/03/08 às 13:04

Fred, concordo com o que escreveu sobre controlar o ego.. ele é nosso pior inimigo.
Isso serve parar qualquer pessoa em qualquer profissão.
Se acertamos 1, 5 ou 10 vezes, isso não garante que vamos acertar sempre. O mundo muda e o ego nos deixa surdos (quando não aceitamos críticas ou sugestões), depois cegos (pois estamos olhando para o lado errado, apesar de termos sido avisados), depois mortos no criação.
Pode constatar: nos melhores projetos, filmes, campanhas, a criação é compartilhada, mas há um conceito único, ou mais forte que os regem. Manter-se na onda é o papel de todos os integrantes de uma equipe de criação, e identificar a melhor onda é a responsabilidade do Diretor de criação, depois de ter ouvido, visto e experimentado várias idéias, além das próprias.
Para mim o objetivo de um diretor de arte é orquestrar vários talentos, para saciarmos o cliente, mas ao mesmo tempo, tentar entregar ao mundo coisas úteis ao crescimento do ser humano.
E quanto ao depoimento do R. ( que nem se nomeia..) achei descartável.
Entendi que ele lhe desabonou da capacidade de falar de ego, porque não gostou dos seus trabalhos. Isso não faz sentido. Ego todo mundo tem, logo todos podem falar disso. O mister R. não entendeu..
Prefiro agredecer ao Fred, por ter me feito pensar sobre isso, ao invés de criticá-lo.


Discussão
Maraysa
19/11/08 às 00:31

Oi. Discussões e desentendimentos à parte, encontrei esse artigo por conta de uma pesquisa q estou fazendo sobre a evolução da Direção de Arte. Sou estudante de Publicidade e Propaganda, 6º semestre.
Gostaria que, se possível, me indicassem fontes onde encontrar textos q relatem a respeito do assunto, desde o princípio até os dias de hoje. Por favor =D
Obrigada!!


Discussão
Edu Ribeiro
03/05/09 às 21:13

Achei bem interressante e pertinente avaliar a importância do design de uma peça e sua funcionalidade, seja ela on-line ou off-line o importante é comunicar transmitir uma mensagem, e não somente agradar como algo apenas visual.






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