Os limites da Direção de Arte

Ao contrário de um cliente crica, um designer ou publicitário como Diretor de Arte pode ajudar a aumentar muito o valor de uma peça. Durante o projeto, ele passa de vez em quando por trás dos ombros dos designers, de olho na evolução do design. O objetivo é garantir que tudo cresça em harmonia, mesmo que a equipe do projeto envolva diversos designers.

Eventualmente, será preciso uma conversa para apertar ums parafusos, afrouxar outros. Além disso tudo, em geral ele também é responsável por manter o seu estilo próprio ou da agência em que trabalha. Como quase sempre está envolvido em diversos jobs ao mesmo tempo, essa não é uma tarefa nada fácil. Pensar em usabilidade no meio dessa correria é luxo que poucos tem. Por isso acredito que em equipes de webdesign, é essencial que alguém seja responsável pela qualidade da interação, ou seja, um engenheiro de usabilidade, arquiteto da informação ou o que for.

A figura do Diretor de Arte não surgiu com o advento das equipes de webdesign. Na verdade, ela tem longa história dentro da publicidade e, como no Brasil o webdesign em grande parte foi abocanhado pelas agências de propaganda e suas houses (divisões especializadas), a profissão foi mantida.

Para o bem, garantiu a qualidade estética e criatividade que impressiona os gringos todos os anos em festivais internacionais de publicidade online, como o Cannes. Para o mau, deu ênfase no apresentação e não na funcionalidade, quase sempre sem levar em conta a reação do usuário.

O resultado são os inúmeros websites que vemos por aí bonitinhos, engraçadinhos, mas inúteis. E não é só uma questão de falta de conteúdo, como dizem os redatores. É uma questão de falta de usabilidade, principalmente.

Se você é diretor de arte, não se alarme. Sei que nem todos são assim. Mas juntamente com o espírito crítico que é próprio ao ofício, segue um orgulho saudável pelos bons trabalhos feitos. Às vezes, isso pode causar cegueira momentânea e nessas escorregadas, o design todo vai pro brejo. Não custa nada ouvir de novo que é preciso aprender a driblar o próprio ego.

Fred van Amstel ([email protected]), 20.07.2004

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