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Em busca de uma metodologia projetual de design de intera��o materialista-dial�tica

Artigo apresentado no III Congresso Internacional de Design da Informa��o.

Este trabalho visa apontar fundamentos para uma metodologia materialista-dial�tica para a atividade projetual de design de intera��o. Materialista porque parte do contato com a realidade concreta atrav�s de pesquisas de campo e dial�tica porque encara a contradi��o como fator de mudan�a primordial. Tal metodologia serviria para guiar um processo de design mais participativo, realista e cr�tico. O poder que o designer tem em m�os para designar artefatos seria dividido com os usu�rios dos artefatos, tornando o resultado uma obra conjunta. O designer deixaria de ser quem projeta (sozinho) e passaria a ser um mediador dos que projetam. Seguindo os ideais do movimento Web 2.0, algumas aplica��es na Web est�o sendo projetadas usando modelos mais participativos, mas sem uma reflex�o te�rica que permita sistematizar uma metodologia. Buscaremos nos fundamentos da Psicologia Hist�rico-Cultural refer�ncias para essa sistematiza��o.

Em busca de uma metodologia projetual de design de intera��o materialista-dial�tica [PDF] 200 Kb 15 p�ginas

Slides

[ Tamanho Maior | Powerpoint]

Como citar

van AMSTEL, F. M. C. Em busca de uma metodologia projetual de design de intera��o materialista-dial�tica In: Anais do 3o Congresso internacional de design da informa��o. , 2007.

Autor

Frederick van Amstel - Quem? / Contato - 29/09/2006

Palavras-chave

dial�tica    marxismo    participativo    filosofia    

Op��es



Comentários

Discussão
Gustavo Moura
02/10/06 �s 15:08

Excelente vis�o Fred e �tima oportunidade para trabalhar esta metodologia.

Estou aguardando os pr�ximos cap�tulos! ;-)


Discussão
Hugo Cristo
02/10/06 �s 17:21

O que ser� que Foucault teria a dizer das rela��es de poder (e domina��o) entre designer e usu�rio? N�o seria o designer muito mais ref�m do usu�rio que o inverso? O design acontece na esfera micropol�tica, difusamente, rizom�tico, pois felizmente todos n�s somos designers e nenhum de n�s efetivamente �.

Ao mesmo tempo, pensando na metodologia que considera as partes em dire��o ao todo (invertendo o sentido ao final, inclusive), n�o tiro da cabe�a a id�ia de que o que interessa n�o s�o as partes em si, mas as rela��es entre elas. As partes de um sistema podem variar indefinidamente sem preju�zos para seu funcionamento, desde que a rela��o entre elas seja mantida. E a�? O que fazer quando as partes interessam pouco (ou nada) para a representa��o que fazemos do todo?

Tamb�m n�o posso esperar pelos pr�ximos cap�tulos. O texto t� excelente, vai deixar muitos ergonomistas de IHC de cabelos em p�.

Abra��o!


Discussão
Frederick van Amstel
02/10/06 �s 23:51

Grande Hugo!

Tem um texto do livro da Hellen Lupton ( http://www.designwritingresearch.org/ ) que recupera a opini�o de Foucault n�o sobre o Design, mas sobre a Arquitetura:

"Foucault se recusava a dizer que a arquitetura era, por ela mesma, opressiva ou libertadora: ao inv�s disso, o design se torna poderoso somente quando entra no dom�nio de outros discursos: por exemplo, quando um governo v� a estrutura da cidade como um modelo para o estado, ou quando a justi�a criminal v� a organiza��o de uma pris�o como uma forma de controlar os presos ou quando a medicina v� a higiene do lar como uma t�cnica de preven��o de doen�as"

Trocando a palavra "m�dico" por "designer", a Lupton faz uma brincadeira com o texto de Foucault que comenta o discurso da medicina:

"O status do designer � geralmente um muito especial... Os servi�os de design n�o podem vir de mais ningu�m; seu valor... n�o pode ser dissociado da pessoa qualificada profissionalmente que tem alguns direitos para faz�-lo... N�s temos... descrever os locais institucionalizados os quais os designers fazem seu discurso... Na nossa sociedade, estes locais s�o: a coorpora��o, a consultoria de design, a escola de arte, museus, revistas, anu�rios, clip arts...

O designer ele mesmo tem gradualmente cessado de ser o locus da pr�tica do design. Al�m dele, fora dele, est�o aparecendo massas de documenta��o [estilos, s�mbolos, superf�cies, tipografias], instrumentos de correla��o [impressoras a laser, bir�s de servi�o, copiadoras] e t�cnicas ou an�lises [templates, guias, eventos, escolas noturnas], as quais � claro fazem uso de mas modificam sua posi��o como um expert dotado de poder para criar a forma, resolver problemas, fazer julgamentos e conferir significados"


***

O conceito de s�ntese desenvolvido por Hegel (e adotado por Marx) implicava em conhecer as rela��es entre as partes e entre as partes e o todo. Entretanto, Marx acreditava que s� era poss�vel captar essas rela��es com precis�o quando se come�ava � partir das partes rumo ao todo, com direito � uma volta �s partes depois que se tem uma vis�o mais rica do todo.


Discussão
Hugo Cristo
04/10/06 �s 00:51

E voc�, no que acredita? Essa dicotomia entre partes e todo j� foi questionada por algumas pessoas depois do Marx, mas enfim.

O que � uma cadeira? Um assento, p�s e um encosto? A rela��o entre assento, p�s e um encosto? Ou a rela��o entre qualquer coisa que desempenhe o papel de assento, de p� e de encosto, naquele contexto s�cio-hist�rico? Quando a cadeira vira banco? Quando quando substitu�mos uma das partes, quando tiramos uma das partes, ou quando mudamos as rela��es entre elas?

Estou perguntando conceitualmente, � claro. N�o falo de nenhuma cadeira em especial e de todas as cadeiras ao mesmo tempo.

Pegando o gancho da Lupton, insisto na mesma id�ia: o que faz da arquitetura opressora ou libertadora? Os elementos arquitet�nicos ou a rela��o entre eles? Digo isso porque muitas vezes as partes se mant�m e as rela��es mudam, e mudam atrav�s de agenciamentos que s�o externos ao 'todo'. Estruturalmente � a mesma coisa, mas o significado social � outro. E a din�mica social n�o consegue (e muitas vezes nem tenta) mudar as partes.

Havaianas: chinelo de pobre? Sim, at� estar no p� do Rodrigo Santoro. Como eu vou olhar para as mesmas partes (tiras, solado) e mesmas rela��es entre elas pra dar conta da mudan�a de significado do todo?

Abra�os Deleuzianos!


Discussão
Frederick van Amstel
05/10/06 �s 14:59

Eu n�o tenho certeza de nada por enquanto. Preciso testar melhor na pr�tica a proposta do Marx.

***

Uma cadeira de tortura usada na Idade M�dia certamente cristaliza o discurso que a produziu. Seu significado social naquela �poca certamente era muito mais doloroso do que � hoje num museu. Antes ela mediava a repress�o religiosa, hoje ela media a compreens�o da hist�ria daquela �poca.

A recria��o do artefato n�o implica no esquecimento de sua hist�ria. Se a as Havaianas n�o tivessem sido amplamente usada pela classe m�dia, a propaganda n�o teria o mesmo efeito. O discurso �: "at� o Rodrigo Santoro usa Havaianas, que nem voc�".


Discussão
Hugo Cristo
09/10/06 �s 02:07

Fred,

Talvez minha opini�o seja diferente pois as Havaianas n�o foram usadas pela classe m�dia e a apari��o do Rodrigo Santoro como garoto propaganda n�o � por quest�es identit�rias e sim por captura de c�digo e produ��o de subjetividade, que s�o coisas bem distintas.

Rodrigo Santoro transforma as Havaianas de fora, e � por fora da estrutura, materiais, cores etc da sand�lia que seu significado muda. Talvez por isso tamb�m eu n�o acredito que a cadeira cristaliza o discurso simplesmente porque o discurso n�o est� na cadeira, tamb�m � externo a ela. T�o externo que se voc� mostr�-la para um �ndio que desconhece a hist�ria da idade m�dia (mesmo conhecendo tortura), � imposs�vel recuperar o discurso pelo objeto em si. O museu deixa de ser museu e vira circo... O que mudou efetivamente no projeto das Havaianas? Nada, mas no design mudou tudo.

Estamos falando de cadeiras quando seu objeto de estudo s�o sites, e sua proposta � pra l� de interessante (bem mais do que minha leitura transcendental sobre as cadeiras). Mas ao mesmo tempo, estou trocando algumas figurinhas sobre problemas conceituais que eu tamb�m enfrentei e que resolvi com a ajuda de pensadores nada ortodoxos (Deleuze e Guattari, principalmente).

Na minha proposta para o ato projetual, n�o se trata mudar as ferramentas (o m�todo), mas o enfoque da concep��o dos objetos em dire��o � concep��o dos conceitos. � uma mudan�a dif�cil especialmente porque os conceitos s�o produzidos coletivamente e transformam-se atrav�s da a��o de for�as muito distintas (economia, pol�tica, religi�o, semi�tica, ergonomia, novela das 8...). Para construir o objeto site, o indiv�duo pode at� se favorecer da presen�a do designer mediador, mas a constru��o do conceito dispensa (e transborda) essa etapa. Diria at� que o designer atrapalha (ou resignifica o contexto), pois o design tamb�m � uma for�a que age sobre o objeto de fora, transformando-o de acordo com suas pr�prias quest�es semi�ticas.

Mas pra resumir e concluir minha curta (e confusa) participa��o curiosa sobre seu trabalho, eu tentarei esclarecer o ponto que mais me chama a aten��o e que motivou meu primeiro post. Dessa forma, talvez fique clara a minha linha de racioc�nio:

"(..) O designer deixaria de ser quem projeta (sozinho) e passaria a ser um mediador dos que projetam."

Pra mim j� � (sempre foi) assim, e ainda arrisco sugerir que o designer � que � mediado pelos que projetam no dia a dia, e n�o o inverso. Os designers � que ainda n�o perceberam, ou n�o querem perceber esse cen�rio coloca em quest�o a pr�pria exist�ncia da �rea enquanto coisa "aut�noma".

Mas, se for assim, pra qu� metodologia n�?

Abra�os,
Hugo



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