Usabilidade percebida é o que importa

Durante o Simpósio de Interação Humano-Computador que assisti há duas semanas, uma pesquisa me chamou muito à atenção por tentar provar que a estética de uma interface está intimamente relaciona com sua usabilidade percebida. Isso significa dizer que a beleza é crucial para o sucesso ergonômico da interface. Já escrevi algumas vezes sobre o dilema estética X usabilidade, mas dessa vez parece que finalmente as idéias começam a se encaixar.

O experimento da doutoranda Rosamelia Ribeiro foi o seguinte: ela montou 3 séries de interfaces iguais em tipografia, elementos gráficos e cores, cada uma com 4 páginas, diagramadas diferentemente de acordo com os princípios da Gestalt (unidade, proporção, homogeneidade, balanço e ritmo):

  1. seguia todos os princípios
  2. violava todos
  3. seguia os três primeiros princípios e violava os últimos
  4. violava os três primeiros e seguia os últimos

Então, ela recrutou 279 pessoas e pediu para que avaliassem o quanto cada uma das telas era atrativa e fácil de usar numa escala de 1 a 5. O resultado foi que, apesar das notas não serem as mesmas para estética e usabilidade, elas variaram na mesma proporção, veja no gráfico:

grafico_usabilidade_estetica.gif

Para aplicações Web e websites que enfrentam grande concorrência e são utilizadas poucas vezes por seus usuários, a usabilidade percebida é mais importante do que a usabilidade efetiva. Para ele, não importa se a conclusão da tarefa vai demorar 2 minutos ou 3 minutos, importa mais que o fluxo da tarefa durante esse tempo seja agradável e sem problemas. Daí podemos tirar a conclusão de que devemos criar interfaces mais explicativas, bonitas e mágicas.

Bibliografia: Aesthetics and percieved usability of Virtual Learning Environments: preliminary results. Rosamelia Ribeiro, Dr. N. Hammond, J. Mansano, C. Cziulik, anais do IHC 2004 (quem quiser uma cópia peça para ela)

Fred van Amstel ([email protected]), 06.11.2004

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