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Escravagiário

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Escravagiário

Eu não ia contar essa história que me aconteceu semana passada, mas depois de ler a última coluna revoltada da Carol, não posso me furtar. Depois de três anos, ainda estou numa posição semelhante ao estágio, porque apesar de ser empregado da DC2, só trabalho meio período por causa da faculdade.

Fiquei sabendo que uma das mais famosas agências de internet aqui do Paraná (que não vou citar o nome) faria uma seleção de estagiários. Precisava fazer umas peças só para participar. Não gosto de fazer trabalho de graça e resolvi não participar. Quando cheguei em casa, tive uma idéia tão boa e tão fácil de implementar que não pude evitar de fazer. As peças da campanha estão aqui. Resultado: fui chamado pra entrevista.

Chegando lá, tive um papo muito gostoso com a diretora de criação. Ela estava muito interessada no que eu tinha a dizer. Nessa hora, senti que vale à pena todo esse estudo que faço no campo da usabilidade e design analítico. Posso justificar praticamente todas as minhas decisões, que era o que ela queria saber. Olhei para os lados, mais da metade da equipe de criação eram de estagiários, fiquei desconfiado. Era uma casa grande, com muito espaço vazio.

Dias depois, ligaram para minha casa dizendo que eu era "o escolhido". Segue a conversa:

- Então, você pode vir aqui amanhã à tarde?
- De tarde não dá... estou no trabalho. Pode ser pelas 9?
- Ãh? Você trabalha? Isso ninguém tinha me dito!
- Ué, eu falei pra diretora de criação que eu trabalhava na DC2 Propaganda e tal.
- Ah, deixa pra lá... agora você me pegou de vendido, sacanagem... mas me diga, quanto você está ganhando?
- X
- Ai, ai, ai... bem, então tá. Me pegaram de vendido... tudo bem, tchau Frederick.
- Tchau.

Não me ligaram mais e um colega da faculdade acabou sendo "o escolhido".

Saindo um pouco da minha indignação pessoal, posso dizer que agência que não prioriza a qualidade da produção está fadada à decadência. Contratar estagiários é bom para formar novos profissionais valiosos e qualificados. Claramente, não é isso que acontecia lá. Estavam mais preocupados em ter mão-de-obra barata, já que a quantidade de estagiários superava o número de contratados. Não tinha acreditado quando uma amigo que já havia trabalhado lá me contou que tinha gente lá que depois de formado e 3 anos de casa, ainda não tinha sido admitido.

Assim como essa agência, existem milhares. Meu conselho é: não entre nelas de jeito nenhum. Elas vão te sugar e você não vai aprender tanto quanto em outros lugares. Vai estar pagando para ser explorado, porque a bolsa-miséria desse estágio deve estar perto de salário mínimo. Se você é empregador e está fazendo algo parecido com essa agência, fique esperto que uma hora você vai cair do cavalo. Digo e repito, estágio não é mão-de-obra barata.


Autor

Frederick van Amstel - Quem? / Contato - 28/05/2004

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Citação

VAN AMSTEL, Frederick M.C. Escravagiário. Blog Usabilidoido, 2004. Acessado em . Disponível em: http://www.usabilidoido.com.br/escravagiario.html

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Comentários

Discussão
Jonas
28/05/04 às 20:13

Normal, acontece sempre. No ano passado me chamaram para fazer um trabalho, muito interessante, mas já estipularam um valor. O case seria muito bacana, e eu estava até disposto à fazer por um valor baixo (que eles propuseram), mas como já estava super atolado na época, fui obrigado à pedir uma quantia compatível (quase o dobro).

Recusaram. Há poucos dias fiquei sabendo, por intermédio de um amigo que foi trabalhar lá, que três estagiários já haviam sido chamados para fazer a aplicação, e nenhum tinha conseguido terminar ainda. E a bomba (um projeto começado e recomeçado várias vezes, com muita desorganização), por final, tinha caído nas mãos deste meu amigo.

Às vezes o barato sai caro.


Discussão
Rodrigo Guimarães
31/05/04 às 17:52

Cara seu trabalho foi 10!
Não ligue para esse empresarios sangue-sugas, um dia sempre aparece uma empresa que dará o verdadeiro valor a seu trabalho.


Discussão
Fábio Rogério
04/06/04 às 12:52

Sabe mano, comigo tem acontecido assim, na cidade onde moro hoje, por causa da faculdade, consegui o trabalho na empresa q trabalho hj, e quando era para efetivarem, me vieram com a única proposta de permanecer como estagiário. Tive q aceitar, afinal precisa do serviço, meu contrato venceu 6 meses depois, ai falei q não queria mais renovar o contrato como estagiário, mas foi a única opção que me deram, ou seja, mais 6 meses, mas trabalho em tempo integral, como c fosse efetivo, mas o salário, como de estágiário.
Digo que o salário até não está ruim, comparado com de outros estagiários por ai, mas é uma vergonha, todos pensam que só pq fazemos faculdade, somos obrigados a aceitar tudo. Agora estou começando a impor minhas exigências, a caminhada é longa mas a gente chega lá.


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Fernando Vieira
04/06/04 às 13:32

Isso é o mais comum de acontecer. Fiquei muito tempo como estagiário e os caras me colocam em reuniões como Gerente de TI. Vê se pode? Onde estão os meus R$4000,00 que eu não recebia? =[


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Fernando Chagas
04/06/04 às 16:18

Sempre haverá espaço no mercado para profissionais e proficionais.


É meus caros!! Problemão sério. Funciona mesmo dessa forma... as empresas enxergam somente o estagiário como mão-de-obra barata. A visão de crescimento daquele cara, de realmente pagar o que ele vale e merece, de invetsir no profissional, foi por água a baixo.

Fiz um bom estágio. Isso foi a uns 6 anos atrás.

Entrei ganhando pouco, mas com pouca experiência. Tive o prazer de conhecer ótimas pessoas e profissionais que hoje em dia tenho o orgulho de dizer que são meus amigos e parceiros. Aprendi muito com eles. Devo muito a isso. Nesse meio tempo, cancelei a matricul da faculdade de Ciências da Computação porque vi que não era mesmo pra mim e tinham 2 escolhas: contratar ou mandar embora. Tive a sorte de ser contratado após 6 meses de estágio. E me senti muito bem com isso. Me empenhei e aprendi ainda mais, fiz portifólio etc.

Po que história feliz né?? Pena que a remuneração era uma desgraça e continuou sendo mesmo após a contratação. E depois de 2 anos a empresa foi pra São Paulo (sou do interior) e mudou sua estrutura drasticamente, literalmente chutando todo mundo ;)

Mesmo assim, me senti bem em participar dessa empresa. Mas como alegria de pobre dura pouco... jah viu neh... agora to aqui tentando tocar uma agencia. Conhecimento tenho um pouco mais, mas remuneração que é bom, continua uma merda mesmo.


Discussão
Bruno De Laurentis
07/06/04 às 08:01

Eu também acho isso um absurdo, por isso continuo como free-lancer e não aceito qualquer merd***.
Como free-la cobro uma diária de trabalho, com quantidade de horas (esta parte de horas não se aplcia a todas) e ganho muito mais, trabalhando muito menos do que um admitido normal.
Já prestei trabalho pra quatro produtoras cariocas e até hoje sempre consegui impor meu preço. Mostro meus trabalhos, e normalmente venço meus concorrentes com o portifólio.
Muito mais saudável.
Agora ficar de 4 a 8 horas ou mais me prostituindo numa empresa que cobra milhares por sites e me paga dois salários mínimos é revoltante.


Bruno... tem uma coisa que digo sempre... NUNCA diga NUNCA.

Já passei por situações complicadas, inclusive financeiras por pensar assim. Meu trabalho não é de se jogar fora e também sempre impus meu preço. Mas isso depende muito do mercado a sua volta. E infelizmente, não temos o total controle sobre ele. Mas fico muito feliz que consiga se manter assim. Conheço muitos profissionais que se mantém dessa forma e se sentem realizados pessoal e profissionalmente.

Mas digo uma coisa... a experiência dentro de uma empresa é muito válida para qualquer pessoa em qualquer área. Há processos, hierarquia, regras que devem ser respeitadas. E isso, quando somos "donos do próprio nariz", muitas vezes não enxergamos.

Alguns desses profissionais que conheço, não atuam em empresas justamente pelo problema de não saber receber ordens. Acho isso um absurdo sem tamanho. Acho que existem situações e situações, mas humildade acima de tudo.


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Lincoln Schultz
07/06/04 às 17:48

É .. vida de estagiário é dura.

Você é contratado como ESTAGIÁRIO, ganha como ESTAGIÁRIO e exigem de você um puto PROFISSIONAL. (Sendo que isso nem pode, de acordo com o CIEE *centro aqui da cidade de Curitiba que regulamenta a situação dos estagiários) diz que todo ESTAGIÁRIO deve ter uma pessoa responsável para ensinar e ministrar conhecimentos.

Agora me digam, isso acontece?

Os empresários de hoje em dia usam esse "programa redículo" que o Governo criou para contratar profissionais e pagar um salário muito abaixo do mercado. Canso de ver pessoas muito boas, as vezes no ultimo ano de faculdade trabalhando como estagiário e financeiradamente ganhando com um ESTAGIÁRIO.

Dependendo da empresa a experiência pode ser muito boa. Você aprende, adquire conhecimentos, pega "manhas" de uma agência, faz amigos, contatos, põe em prática os conhecimentos que aprendeu na faculdade ou auto-didata, etc e tal.

Pena que na maioria das empresas não acontece isso. É dificil você aprender alguma coisa, é tratado como estagiário (linha de produção), não pega "manhas", pois a administração é fechada, nunca participa de reuniões, e N fatores que faz você se sentir um inútil.

Por 2 anos trabalhei como estagiário em diferentes agências, e sei o quanto é complicado. Hoje essa situação mudou, graças à Deus.


Essa situação tinha que mudar.


Eh meu caro Lincoln, só quem sente na pele pode dizer...

Na verdade a idéia é boa. O problema é que as empresas brasileiras não têm ainda consciência de como deve funcionar. Salvo raras excessões. E a que trabalhei não é uma delas. Quem proporcionou essa experiência foram os próprios funcionários, a linguagem que rolava entre a gente e que ainda é muito forte, a amizade é muito importante. E acima de tudo respeito ao "carinha" que tah ali se matando de estudar e tentando aprender alguma coisa pra ser "alguém na vida".

Mas isso não depende somente do governo, e nem somente da empresa contratante. Envolve um contexto muito maior. Diria cultural.


Discussão
Carol
18/08/04 às 14:36

E ai Fred?
Valeu por citar minha coluna...
últimamente todas elas tem sido "revoltadas" pois tragédia pouca é besteira :D
Bom, o que eu espero não é só consientização das empresas mas sim dos profissionais para não aceitarem esse tipo de injustiça. Já vi muito profissional bom topar qualquer coisa só pq quem empregava era uma agência grande.
Não adianta a empresa ter nome, precisa ter respeito.

Abraços


Discussão
Alexandre
25/01/05 às 21:11

Gostaria de saber se um estagiario em educação fisica não formado, pode ser contratado (efetivo) por uma escola particular? esquecendo então dai os 2 anos somente...


Discussão
Joaquim Ferrari
24/07/06 às 11:18

Estou precisando atualizar minha home www.joaquimferrari.com.br e gostaria do serviço de um web designer. Gostaria de conversar com quem tiver interesse.
Joaquim Ferrari
21-8848-8709


Discussão
Thiago
17/04/07 às 15:13

Eu tenho 25 anos e sou formado em Design de Publicidade pela Escola Panamericana.

Trabalho na area de projetos para moldes plasticos á 6 anos.

Esses dias fui em uma entrevista com um diretor de arte da agencia Almap (agencia grande), foi meu primeiro contato desde que me formei e logo de cara não gostei. Depois da entrevista passei varios dias pensando e cheguei na conclusão que vcs estão descrevendo aqui, os caras querem gente para trabalhar de graça.

Ai para mim fica dificil pois sou bem remunerado no meu emprego, trabalho das 7:00hs ás 17:00hs de segunda a sexta, nos fins de semana nem pensar :). Demóro 30 minutos para chegar em casa, ou seja pertinho.

Ja estou pensando em entrar como freela nisso tudo sem largar meu trampo atual, acho q é mais a minha cara.


vlw


Discussão
Thaiz
30/08/07 às 19:13

gostaria de arrumar um estágio com remuneração estou no 1° ano de ed. Física contato [email protected]





Pegue um fruto.


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