Colonialidade do fazer são processos ideológicos, culturais, políticos e mercadológicos que operam para identificar, categorizar e hierarquizar diferentes práticas do fazer, de modo a priorizar os fazeres de interesse do Norte Global, frente aos fazeres do Sul Global. Essa colonialidade perpassa o Design, quando este reproduz uma divisão geopolítica entre projetar e fazer, típica do colonialismo. Trata-se de uma relação opressiva na qual nações desenvolvidas projetam a si mesmas a partir dos fazeres das nações subdesenvolvidas. Neste artigo, exploramos o potencial analítico da colonialidade do fazer em casos de design de moda, design de interação e design gráfico. A análise se dá no contexto de uma aula sobre o tema no curso internacional "Designs of the Oppressed", oferecido pela rede Design & Opressão em 2022. Identificamos como a colonialidade do fazer ajuda a evidenciar a corporeidade de quem faz o fazer, produzindo e usando, assim como contribui no debate sobre a diferença colonial entre trabalho manual/intelectual nas práticas de design. Como ferramenta analítica e crítica em design, a colonialidade do fazer pode inserir o Design de maneira engajada na crítica dos modos hegemônicos de produção a das suas relações de poder.
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