Poluição visual vende mais?

Estou aqui lendo coluna recente do Nielsen que dá dicas de como evitar poluição informacional e me lembro do dilema que passei ontem. Fui fotografar a loja de um cliente daqui da agência que queria tornar a sua fachada mais atratativa, colocar uns cartazes e tal. Enfim, mais poluída. Segundo ele, isso ajudaria a vender mais.

O design da fachada e do interior da joalheria é um dos mais requintados nas redondezas. Realmente dá uma impressão bem elitista, mas o dono disse que tem preços bacanas, acessíveis para qualquer um.

Enquanto batia as fotos, tinha que ficar esperando um tempão as pessoas sairem da frente da vitrine. A maioria das mulheres parava, olhava o preço e ia embora. A fachada então, funcionava perfeitamente, o problema eram os preços. Agora, estou convencido de que o dono da loja é esperto. Ele não quer destacar preços baixos, ele quer que os preços pareçam baixos. Uma fachada cheia de cartazes, não importa muito seu conteúdo, dá aquela impressão de varejão, de liquidação. A soma de todos os cartazes cria um contexto ilusório de preços baixos e o consumidor fica com aquela sensação de estar economizando.

Antes do Natal, critiquei as grandes lojas-virtuais brasileiras por poluirem suas homepages. Continou com o mesmo posicionamento. A força do e-commerce não são os preços baixos, é a comodidade. Homepage leve é mais cômodo e ponto.

Fred van Amstel ([email protected]), 24.01.2004

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