Interação com chips RFIDs

Esta semana comecei a brincar com o kit Touchatag, baseado em chips RFIDs. São chips que funcionam sem alimentação de energia e que podem ser reconhecidos pelo computador mediante aproximação ou toque. O input é interpretado por uma aplicação Web, que pode disparar ações em outras: adicionar um contato numa rede social, tocar uma música, comprar um produto. O objetivo do kit é fornecer infra-estrutura para desenvolver a Internet das Coisas, tema da minha palestra no Intercon em 2008.

Creio que a plataforma seja útil além da Internet das Coisas. Me parece uma forma prática e barata de criar interfaces tangíveis que permite uma transição mais suave entre o mundo físico e o virtual, permitindo que pessoas alheias ao mundo virtual aproveitem seus benefícios.

Basta encostar o chips no leitor para disparar ações. Estes chips podem ser colados em objetos do dia-a-dia que possuem uma conexão semântica com o objetivo da ação. No meu caso, a primeira aplicação que criei é um atalho para meu filho assistir vídeos do Pica-Pau no Youtube encostando seu boneco de pelúcia do Pica-Pau.

Em termos de facilidade de uso, meu filho foi sincero: é mais fácil apertar o botão de ligar da televisão, mas não é sempre que está passando Pica-Pau, nem pode escolher os episódios que quer assistir. Ele me perguntou porque eu não compro fitas VHS antigas para colocar no vídeocassete aposentado, porque no DVD ele não consegue mexer direito...

Tive uma outra idéia que ele gostou mais. Um brinquedo que grava histórias sobre outros brinquedos. Meu filho adora mostrar pra outras pessoas seus brinquedos. Pensei que gostaria de ouvir a si mesmo. Improvisei um protótipo usando um PocketPC. Ele adorou!

No próximo passo, pretendo montar um protótipo funcional utilizando o Touchatag. Coloquei a idéia do projeto na incubadora de projetos, aliás, uma idéia interessante de cocriação.

O ideal seria desenvolver uma aplicação para o Nabaztag, que além do leitor RFID, já tem um formato de brinquedo, mas o preço está meio salgado e não sei o quão difícil é fazer isso.

Pling Plong para ler livros

Inspirado no projeto Pling Plong, um leitor de livros em áudio para crianças, estou desenvolvendo também uma extensão para os livros atuais do meu filho. Ao invés do livro todo, o leitor de RFIDs reconhecerá os elementos destacáveis do livro, disparando um som do objeto e/ou leitura da página.

livro com chip RFID

Não vejo a hora de levar estes kits para nossas aulas da pós-graduação em Design de Interação. Espero que surjam aplicações criativas como as do projeto Touch.


Playful augmented products workshop from timo on Vimeo.

Os chips RFID não são novidade. Sua patente tem mais de 40 anos! Porém, até bem pouco tempo sua aplicação era meramente utilitária: cartões de ponto, tickets de passagens, etiquetas de supermercado. Só agora que alguns designers começam a exploração de seu potencial para a expressão estética, afetiva, comunicação, educação e outras aplicações subestimadas no desenvolvimento tecnológico.

Fred van Amstel ([email protected]), 08.04.2009

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