Arquitetura da Informação comparada

Vocês lembram das análises heurísticas dos portais de universidade né? Pois bem, agora comparei a arquitetura da informação do website da UFPR com similares. A análise heurística foi fácil porque é mais fácil encontrar defeitos na capa do livro do que no seu conteúdo, ou melhor, na sua organização.

Como nunca tinha lido nada sobre esse tipo de análise, fiz umas buscas tentando encontrar algum procedimento semelhante à análise heurística, mas que não fosse apenas uma lista de verificação (checklist), para que me desse margem à comparações mais qualitativas.

Por coincidência, poucos dias antes, Louis Rosenfeld havia publicado o que parece ser as primeiras heurísticas para a Arquitetura da Informação de websites:

Apesar de boas, elas estavam direcionadas mais para uma estratégia de baixo pra cima do que cima para baixo. Explico.

Como estou analisando os websites do lugar de quem vê de fora, não tenho acesso aos procedimentos utilizados para a construção do website, a tal da estratégia de baixo para cima (ou no inglês bottom-up). Não sei os metadados, o algoritmos das buscas e etc. Porém, posso analisar o website à partir daquilo que vejo, penetrando até onde der. Isso é de cima para baixo (top-down). Posso analisar os rótulos, os menus de navegação, os agrupamentos, a hierarquia e vários outros aspectos da arquitetura.

Continuei buscando e acabei caindo em dois documentos da extinta Argus, empresa líder em Arquitetura da Informação que era liderada por Rosenfeld. No primeiro, o autor ergue os critérios primários para serem analisados numa arquitetura da informação:

Gostei bastante, mas as técnicas de avaliação que o autor sugeria eram baseadas em testes com usuários reais, algo que eu não estava disposto a fazer só para o Benchmark. Queria fazer uma exper-review mesmo.

Foi então que encontrei o irônico paper de Chiara Fox e Keith Instone intitulado Uma análise da Arquitetura da Informação dos maiores analistas de negócios. Irônico porque eles estavam usando as mesmas armas analíticas desses caras para mostrar que eles não seguem estritamente o que pregam.

A forma como fizeram a comparação foi bem colocada. Escolheram os seguintes aspectos:

Bem mais compreensivo do que as heurísticas de Rosenfeld, mas muito atrelado à funcionalidades e não a conceitos, que são mais permanentes. De qualquer forma, apresentaram tabelas com pequenos comentários comparando os 6 sites analisados em cada um dos critérios. Logo abaixo explicam as consequências dos problemas nesses critérios. Recomendo imensamente a leitura para qualquer um que deseja ingressar ou já faz parte do ramo de Arquitetura da Informação, pena que está em inglês.

Mas não tem problema, em português tem pelo menos o meu relatório sobre o site da UFPR [DOC] Não fui tão criterioso e preferi uma análise mais qualitativa, mas usei os critérios acima para comparar. Tentei ser bastante persuasivo na minha análise, insistindo nos pontos fracos da arquitetura atual. Achei bem interessante criar cenários fictícios para ilustrar meus argumentos. Torna mais paupável os conceitos de Arquitetura da Informação para o leigo.

Se todo novo website fizesse uma análise dessas antes de ser desenvolvido, tenho certeza que a Web avançaria muito mais rápido, porque os erros seriam superados e os acertos mantidos.

Se algum leitor precisar desse tipo de serviço ou quer aprender a fazer, lembre-se, estamos aí para isso mesmo.

Fred van Amstel ([email protected]), 15.09.2004

Veja os coment?rios neste endere?o:
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