Aprendendo a ser designer entre o método e o caos

Na formação profissional e acadêmica, designers frequentemente se deparam com esta dúvida existencial: ser metódico ou ser caótico? Além das teorias, que nos permitem antecipar as viradas do mundo, os métodos e as ferramentas que usamos na prática também projetam um jeito de estar no mundo. Se queremos estar livres, precisamos projetar ferramentas livres para nós e para os outros. Isso significa ser metódico e ser caótico em momentos diferentes dos projetos existenciais.

A disciplina de design que se destina a discutir questões muitas vezes negligenciadas, como as implicações sociais das escolhas de design e a construção de um perfil ético. A ética não é um apêndice distante, mas algo entrelaçado com a estética e os valores que os designers expressam em suas criações. O design, afinal, é um meio de julgamento constante, de dar forma a valores, e suas ferramentas são as escolhas que podem moldar vidas e até mesmo decidir a morte.

O dilema ético entre ordem e caos é um aspecto constante na jornada de um designer. Priorizar a estrutura e organização, ou se deixar levar pela liberdade e criatividade? Essa questão persistirá ao longo da carreira, e é comparável à dicotomia do Batman, um super-herói metódico e ordenado que domina suas ferramentas, daquelas que ele conhece bem. No entanto, o Batman ilustra que conhecimento é poder e a prática contínua é fundamental. Ele treina incansavelmente, preparando-se para enfrentar desafios que surgem inesperadamente. Essa analogia nos leva a questionar: estar à mão é mais do que possuir uma ferramenta; é compreender sua utilidade e saber quando usá-la.

O Coringa, por outro lado, apresenta uma abordagem diferente. Embora também acumule conhecimento e ferramentas, ele busca o caos. Essa perspectiva, apesar de extrema, nos faz refletir sobre as motivações intrínsecas aos indivíduos e os limites do que consideramos ético. A história do Batman, revelada por Alfred, expõe como a imposição de nossa racionalidade sobre outros povos pode resultar em conflito e caos, ressaltando a importância de compreender a perspectiva do outro. A crítica de Vieira Pinto nos lembra que a posse de ferramentas está ligada ao trabalho e esforço de muitos, muitas vezes ocultados, o que influencia quem tem o controle e quem se beneficia.

O aprendizado ético e a compreensão da responsabilidade do designer em meio ao caos e à ordem são fundamentais. Não é suficiente apenas possuir conhecimento e ferramentas; é necessário desenvolver um discernimento profundo e uma capacidade de ver além da superfície.

O design é mais do que criar algo atraente (estética); é moldar o mundo e suas consequências (ética). Nesse cenário, cada escolha é uma forma de julgamento, e cada design tem implicações que ecoam na sociedade. Assim, a trajetória do designer é uma jornada contínua de equilíbrio entre método e caos, ética e estética, para criar um impacto positivo e duradouro.

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Gravação realizada na disciplina de Metodologia da Pesquisa, curso Tecnologia em Design Gráfico, UTFPR.

Aprendendo a ser designer entre o método e o caos MP3 41min

Fred van Amstel ([email protected]), 19.04.2022

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