O computador senta-se à mesa

Nos Estados Unidos, o espaço para o PC passa a fazer parte do planejamento das cozinhas domésticas. Se não é o fino monitor de cristal líquido, é o laptop na rede wi-fi que é levado para lá a fim de enriquecer uma conversa sobre dinossauros, o programa de TV, dar uma receita de abobrinha recheada ou comprar o presente de Natal adiantado. Se a cozinha é o local da casa onde as pessoas mais interagem, então a máquina interativa tinha que estar lá.

Pesquisadores universitários estudam o porque desse fenômeno. Se não fosse a banda larga, com os computadores permanentemente conectados, isso não daria certo. Na ocasião, as pessoas querem usar rapidamente, nada de esperar.

Com isso, cada vez mais o PC vai tomando espaço dentro da família, assim como a TV fez há 50 anos atrás. Se a TV acabou com as conversas de fim de noite (pergunte para seus pais, ou seus avós), arrisco dizer que o computador, ao contrário, vai trazê-las de volta. Tomo como exemplo minha experiência familiar com o excelente infográfico interativo Becoming Human, que conta a evolução do ser-humano.

Abri diante de minha esposa e sua tia. Traduzia o que o locutor falava e escolhíamos em grupo ler alguns textos, ver gráficos, interagir. Cada cena nova era motivo para exclamações e comentários trazendo informações que um leu numa revista, viu num programa de TV (olha o hipertexto aí, gente!). Às vezes a discussão acabava se alongando por alguns minutos, mas isso só podia fluir porque havia sempre um botão de pausa muito conveniente e porque as sessões lineares não duram mais de 5 minutos também. Além disso, precisávamos encher o tempo que demorava para carregar aqui na minha discada :P.

Me lembrei também de uma experiência adolescente com o antigo jogo Civilization. Como o sucesso é determinado pela administração da história do homem, logo fui perguntar a minha mãe sobre a importância dos templos para os egípcios, da escrita para os fenícios, o que era comunismo e etc. Enfim, esse jogo reforçou e muito meu gosto pela história e digamos que aprendi mais com ele do que nas aulas de história da escola secundária.

Fred van Amstel ([email protected]), 14.12.2003

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