Animar a logomarca é chato

Uma coisa que meus clientes pedem muito é de incluir uma animação instituindo sua logomarca no website, tal qual as assinaturas de comerciais de televisão. O que isso interessa ao cliente desse cliente? Se fosse só um detalhe animado, tudo bem, mas eles pedem muito mais do que isso.

Como grande parte das logomarcas são abstrações, fica muito difícil criar uma animação que remeta para algo real. O pior é que o designer está restrito a remeter a algo que tenha a ver com o negócio do cliente. No final, quase sempre a animação fica pobre em conteúdo, não passa de um punhado de efeitos.

À excessão de algumas empresas pontocom, as logomarcas são projetadas para serem estáticas. Animá-las é extrapolar suas capacidades. A animação pode ainda tirar a sobriedade da logomarca e banalizá-la. Para ser respeitada pelos consumidores, uma marca precisa parecer grande, precisa estabelecer uma relação paternalista com o consumidor. Como respeitar algo que se despedaça e dança na minha tela?

Mas como disse, apoio o detalhe animado. Animação simples que mantenha a integridade da logomarca pode reforçar a sua mensagem. Por exemplo, uma logomarca de produtos de limpeza pode ter pontos de brilho que aparecem suavemente nas suas bordas. Uma de refrigerantes pode ser "enchida" com líquido, funcionando como efeito de transição numa animação maior. A regra é não atrair muito a atenção para essa animação, porque pode parecer pedantismo para o usuário.

A justificativa do cliente para pedir essas coisas é que ele quer que a marca seja lembrada. Claro, ver a sua logomarca gigante e animada no website também é uma boa massageada no ego. Mas ele precisa entender que o usuário do website pode não ter esse relacionamento íntimo que ele tem com a marca em questão. O designer tem que saber explicar as desvantagens dessa prática e tentar convencê-lo a se conter.

A logomarca não vai ser bem lembrada porque ela foi apresentada em destaque no website. Ela vai ser bem lembrada se o website for útil ao usuário. Do contrário, o tiro sai pela culatra.

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Teoria Geral dos Signos: como as Linguagens Significam as Coisas

Fred van Amstel ([email protected]), 16.01.2004

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